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Faltam máquinas de descasque para colheita de 20 toneladas de arroz.

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A produção de arroz e trigo estão em alta na região de Okaaolo, no município de Ondjiva (província do Cunene). A cooperativa agropecuária JOMADAL, RL, composta por ex-militares (ver caixa), está a investir na produção em larga escala nesses produtos para este ano agrícola.

A informação foi confirmada pelo seu presidente, José Maria Ndala, em entrevista ao Jornal de Angola, tendo explicado que a plantação que teve início em Setembro - numa área de cerca de 20 hectares, com sistema de regadio - está prevista para ser colhida no próximo mês de Dezembro - o arroz leva de três a cinco meses para ficar pronto. "Já estamos a ver resultados satisfatórios e acreditamos que com a chegada das chuvas que irão encher os campos, teremos uma boa safra que pode atingir 20 toneladas", argumentou.

Além do arroz e trigo, cultivados pela primeira vez, a cooperativa tem a previsão de colher aproximadamente 200 toneladas de diversos produtos.

No entanto, o líder da cooperativa receia que o arroz e o trigo não alcancem o destino desejado. José Maria Ndala expressa lamentações sobre as dificuldades enfrentadas pelos agricultores na obtenção de crédito para adquirir máquinas de descasque para os produtos mencionados e meios para o escoamento da produção.

Para suprir a falta da máquina de descasque, a cooperativa espera contar com o apoio do Governo Provincial do Cunene, da Administração Municipal do Cuanhama e do Departamento de Agricultura ( este último é responsável pelo fornecimento de insumos agrícolas e sementes). Além disso, espera-se o suporte de outras empresas da região que possuem o equipamento mencionado.

De realçar que a cooperativa está também a desenvolver projectos diversos, ligados à área de infra-estruturas como criação de lojas, armazéns, aquisição de placas solares e ampliação de tubulações de irrigação.

Fundada em 2020, conta com 90 membros (sendo 45 mulheres), e possui 200 hectares de terras disponíveis para este ano, dedicando-se também à produção de massango, massambala, milho, feijão e hortaliças, com uma previsão de colher , aproximadamente, 200 toneladas de diversos produtos.

Para o próximo ano, há a perspectiva de expandir a área de cultivo, admitindo novos membros com o objectivo de combater a fome e a pobreza.

 
O papel das represas

No dizer do responsável, a abertura de represas para armazenamento de água tem ajudado na prática da agricultura na região. Ndala destacou ainda o aproveitamento das inundações das chanas, que têm contribuído para uma irrigação bem-sucedida e com bons resultados na produção. "Com esse novo desafio do plantio de trigo e arroz, vamos aproveitar a água acumulada nas chanas para produzir mais cereais", detalha, admitindo que a ideia é "aumentar a extensão de terra destinada à produção nesta safra, visando a redução do preço do produto, que actualmente é vendido a um alto valor no mercado local”.


A supervisão

A chefe do Instituto de Reintegração Sócio-Profissional dos Ex-Militares (IRSEM), Muteka Nbuto, esclareceu que a instituição supervisiona um total de 8.235 ex-militares, com 397 deles organizados em 12 cooperativas nos seis municípios do Cunene. Dentre esses membros, 117 são mulheres que se encontram na condição de viúvas dos ex-militares, órfãs dos antigos combatentes e veteranos da pátria. As 12 cooperativas se dedicam especialmente à produção em larga escala de hortaliças, milho, massango, massambala, feijão e outros alimentos, contando com o apoio das administrações municipais no fornecimento de ferramentas de trabalho e sementes. Muteka explicou que as mulheres representam 75% da força de trabalho na produção de cereais, bem como outros produtos agrícolas nos seis municípios do Cunene.

A responsável da IRSEM esclareceu que a entrega de 11   tractores às 12 cooperativas dos ex-militares no âmbito do Fundo do Desenvolvimento Agrícola FADA, está a contribuir   para a produção das quantidades de produtos do campo na província e reduzir a fome e a pobreza.

Fonte: Jornal de Angola - 06/11/2023

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