Luanda – O Grupo Carrinho investiu, neste ano, cerca de 60 milhões de dólares norte-americanos (USD 1 vale 835 kwanzas) em sementes, instrumentos de mecanização agrícola, entre outros insumos, com vista a estimular a produção nacional e reduzir as importações.
Segundo o director executivo dessa empresa, David Maciel, com esse investimento, o país vai deixar de importar 12 navios de produtos diversos, como milho, arroz, trigo e feijão.
Em declarações à imprensa, à margem da primeira conferência sobre a ‘Agricultura 3.0’, realizada esta quarta-feira, em Luanda, realçou que, para este ano, está prevista uma colheita de 360 mil toneladas de grãos.
Na ocasião, o secretário de Estado para Agricultura e Pecuária, João Cunha, reiterou que este sector continua comprometido com o fornecimento de soluções com base na ciência, tecnologia e na reforma das suas instituições de investigação científica, para aumentar a pesquisa adoptiva e a produtividade.
De acordo com o dirigente, o Governo está a fazer um caminho rumo ao desenvolvimento e modernização da agricultura angolana, mas é necessário ter em conta que toda inovação tecnológica precisa cumprir com todas etapas recomendáveis.
A nível do sector da agricultura empresarial, João da Cunha disse que a pretensão é continuar a incentivar o investimento em projectos que visam contribuir para o aumento da produção de cereais, oleaginosos, leguminosas, frutas e tubérculos.
Apontou, igualmente, a produção animal como factor de crucial importância, para diminuir a importação de carne que podem ser facilmente produzida no país.
Por seu turno, a empresária agrícola Paula Bartolomeu defendeu a necessidade de se pensar na construção de estradas para o escoamento de produtos, enquanto se perspectiva o que se vai produzir.
A fazendeira advogou ainda a massificação, publicitação e protecção de produtos nacionais, para promover a exportação com uma referência própria.
Por exemplo, a batata-doce de Cacuso, em Malanje, e a ‘mandioca da zâmbia’, produzida nos municípios do Sumbe e Gabela (Cuanza-Sul) são produtos que devem ser protegidos e publicitados, através das plataformas digitais, para conservar a marca angolana e incentivar a exportação.
A Agricultura 3.0 ou Agricultura Inteligente é conceito moderno de gestão agrícola que utiliza técnicas digitais para monitorar e utilizar os processos de produção agrícola.
A primeira conferência sobre Agricultura 3.0 decorreu sob o lema ‘A semente dos negócios sustentáveis e inclusivos, contando com a presença de diversas individualidades do sector empresarial, académicos e outros profissionais de diferentes áreas.
No certame, foram abordados, entre outros temas, a ‘Conectividade e transformação digital na gestão do agro-negócio’, ‘Potencial agrícola na CPLP’, “Inclusão social e desenvolvimento’. CPM/QCB
Fonte: Angop - 20 Março De 2024