Huambo - O director do Gabinete do Desenvolvimento Económico e Integrado do Huambo, Manuel Vitongue, defendeu, esta sexta-feira, a necessidade de se modernizar os métodos e as técnicas da agricultura familiar, para promover uma produção sustentável.
O responsável intervinha na terceira edição do Fórum de Negócios e Conectividade, numa iniciativa do Grupo Media Nova, que decorre até sábado, na cidade do Huambo, sob o lema “Agricultura, a base da sustentabilidade alimentar”.
Manuel Vitongue disse ser urgente efectuar um acompanhamento sistemático e a disponibilização de suporte dos métodos agrários, para que as famílias camponesas possam desenvolver práticas positivas, com o objectivo de aumentar a produção e a produtividade em escalas.
Disse que, apesar do Governo local ter investido, nos últimos meses, no sector agrícola, um valor avaliado em 10 mil milhões de Kwanzas, se precisa subsidiar duplicadamente os projectos agrícolas dominados pelas famílias camponesas, para evitar a monocultura e a agricultura de subsistência nesta região.
Manuel Vitongue sugeriu o aproveitamento regular dos engenheiros agrários e veterinários formados na província do Huambo, para ajudar no empoderamento tecnológico das famílias camponesas, numa altura em que se registam desperdícios acentuados dos agrônomos, que procuram oportunidade no professorado.
Neste sentido, propôs como desafio envolvimento dos engenheiros agrônomos e veterinárias a contribuírem na produção de sementes melhoradas e raças de animais híbridos para ajudar no desenvolvimento acelerado da economia local.
Defendeu igualmente a necessidade de se efectuar exames dos solos, para se recomendar os fertilizantes adequados para se fomentar uma agricultura mais sustentável capaz de elevar a produção local, mais focada na criação de uma segurança alimentar e consequentemente a promoção do desenvolvimento socioeconómico desta região.
Para o feito, augurou a ampliação das representações dos Instituto de Desenvolvimento Agrario(IDA) e Extensão de Desenvolvimento Agrícola(EDA) para poder aumentar a competência das famílias camponesas a partir das comunas e municípios da província do Huambo, nesta fase em que se torna urgente a modernização dos procedimentos agrícolas.
Justificou que na campanha agrícola 2021/2022, por exemplo, só em cereais a província do Huambo havia produzidos cerca de 365 mil e 863 toneladas numa área de 138 mil hectares e uma produção de um milhão e 861 mil e 44 unidades de ovos , consideradas de resultados econômicos incapazes de responder a demanda na região.
Disse que a província do Huambo conta com uma área de produção agrícolas avaliada em Um milhão e 200 hectares de terras aráveis, onde podem ser produzidos as culturas de milho, feijão, trigo, amendoim, soja batata doce e rena, mandioca com certa timidez , um conjunto de hortícolas e frutícolas diversas.
Por seu turno, a secretária executiva da Câmara de Comercio da província do Huambo, Hilária Costa, admitiu existir dificuldades de escoamentos dos produtos agrícolas produzidos em consequência do mau estado das estradas, que tem provocado perdas enormes das culturas locais direccionadas para o mercado.
Esclareceu que para segurança alimentar também são necessários a recuperação das infra-estruturas rodoviárias e a desburocratização do sector bancário para estimular a cadeia produtiva da província do Huambo.
A câmara de Comércio controla na província do Huambo cerca de 280 empresas, destas maioritariamente, são de origem agrícola. LT/JSV/ALH
Fonte: Angop - 29 Março De 2024