Os produtos “Feito em Angola” ligados aos sectores da Agricultura, Pescas, Indústria Transformadora, entre outros, oriundos das distintas províncias, estão em evidência na principal bolsa de negócios do país, que decorre na Zona Económica Especial Luanda-Bengo.
Por exemplo, do município de Caungula, província da Lunda-Norte, veio a Fazenda "LCI” (Líder Caungula Investimentos), que na FILDA está a expor fuba de bombó, ginguba, óleo de palma, citrinos, hortaliças e mandioca.
"O nosso objectivo é mostrar a força e as potencialidades dos produtos nacionais, que podem contribuir para a redução dos actuais níveis de importação”, apontou ao Jornal de Angola o empresário e proprietário da LCI, Elias Dala, depois de frisar que a Lunda-Norte tem terras férteis, muitos rios e um bom clima para a prática da agropecuária.
Na região, a fazenda dispõe de 1.000 hectares de terras, onde apenas está a explorar 30 hectares plantados com mandioca e 50 utilizados para a produção de hortaliças.
O empresário agropecuário espera da FILDA novas parcerias para poder aproveitar ao máximo a extensão de terra de que dispõe. Para além do mercado local, a fuba de bombó, que as moagens da empresa produzem, são comercializados em Luanda, e na vizinha República Democrática do Congo.
Por outro lado, o fazendeiro está animado pelo facto da Lunda-Norte fazer parte do leque de províncias do Leste do país escolhidas para, numa primeira fase, desenvolver o Planagrão.
"Estamos satisfeitos e vamos aproveitar esta oportunidade que as províncias do Leste do país, nomeadamente a Lunda-Sul, Norte e o Moxico, de terem sido escolhidas para o desenvolvimento deste ambicioso programa do Governo, e estamos à espera para que este facto seja uma realidade e nós empresários estamos em prontidão”, disse.
O fazendeiro aguarda pela disponibilização do crédito que solicitou ao Banco de Desenvolvimento Angolano (BDA) para aumentar os níveis de produção, que actualmente rondam as 200 toneladas de fuba de bombó, bem como aumentar o número de postos de trabalho que, hoje, atinge os 70 empregos.
Abastecer o mercado
O grupo empresarial Telegest, que engloba um conjunto de sete fazendas agropecuárias, trouxe à FILDA produtos que abastecem o mercado nacional.
Ao Jornal de Angola, o director-geral do grupo empresarial, Nuno Paulo, disse que, apesar das intensas chuvas que caíram nos meses de Fevereiro, Março e Abril, provocando atrasos nas sementeiras, a previsão de colheita nas fazendas, localizadas em oito províncias do país, é satisfatória.
O destaque recai para a produção de grãos, com uma colheita de 36 mil toneladas de milho por ano, soja (6.000), sorgo (7.500) e arroz (8.500). A componente da proteína animal para suínos e avestambém consta entre as prioridades do grupo empresarial, que emprega 1.000 trabalhadores.
O também engenheiro agrónomo disse que esta produção é garantida pelas fazendas instaladas nas regiões Norte, Centro e Sul do país.
Nas províncias do Cunene e Huíla, por exemplo, o grupo cria gado bovino e caprino em regime de exploração extensiva e matadouro. No Centro do país, a aposta recai para a produção de fuba, óleo de soja, suínos, bovinos e arroz, nas províncias do Cuanza-Sul, Huambo e Bié.
No Norte do país, nas províncias do Cuanza-Norte e Uíge, estão instaladas unidades para a criação de bovinos e suínos, além de matadouro. A empresa conta ainda com a produção de arroz.
"Temos a nossa produção verticalizada, com realce para a proteína animal, que vai suportar a criação de suínos e bovinos. Brevemente entraremos na produção de frango. Para isso, temos de produzir as proteínas, cuja sua fonte é o milho e a soja”, apontou.
Nuno Paulo disse que esta actividade visa contribuir para a autossuficiência alimentar do país, disponibilizando a produção de matéria-prima.
Quanto à participação na FILDA, o gestor disse que o grupo empresarial já é habitue nestas lides, por um lado, para expor os seus produtos e, por outro, estabelecer parcerias.
Actualmente, o grupo conta com uma população de 22 mil bovinos, com uma produção de 500 toneladas de carne para o mercado nacional.
"Os nossos clientes são quase todos os grandes supermercados de Luanda. Está em análise para vendermos a retalhistas ou lojas de proximidade, sendo que já existe uma no município sede da Quibala, e aqui em Luanda temos apenas uma ideia para instalar estas lojas”, indicou o fazendeiro.
Fonte: Jornal de Angola - 25/07/2024