O 3º Fórum Angolano do Agronegócio, realizado, recentemente, em Luanda, deliberou como medidas de execução prioritária a disponibilidade de recursos financeiros para a agricultura familiar, a utilização de equipamentos e tecnologias para o aumento da produtividade dos solos e a saúde animal.
Subordinado ao tema "O Agronegócio em Angola: Caminhos para uma economia diversificada", o certame foi organizado pela Zambeca Internacional Business e contou com a participação de especialistas, empresários, representantes de instituições de microcrédito, além de representantes governamentais.
Os participantes foram unânimes em dizer que Angola tem um enorme potencial para fazer do agronegócio a principal fonte de receitas, o que passa pelo alcance da auto-suficiência alimentar e exportação de alimentos e bens manufacturados à larga escala.
Segurança alimentar
Entre os vários temas em abordagem, o destaque vai para temáticas relacionadas com "Segurança alimentar e auto-suficiência em Angola", "Estratégia de redução da dependência de importação e aumento da produção local de alimentos", "Logística e infra-estruturas no agronegócio", "Tecnologias e inovação no agronegócio", "Saúde animal e controle de doenças; Melhoramento genético e produtividade".
O economista Heitor Carvalho defendeu maior abertura às famílias camponesas porque, em sua opinião, "representam o motor da produção" desde que os custos sejam reduzidos e escoamento para os centros de consumo, assentes numa rede de transporte e infra-estruturas de logística, transformação e comercialização.
Os grandes pólos agro-industriais, sustentou o economista, são necessários, mas num horizonte temporal mais dilatado, pois o seu pleno funcionamento leva entre 15 a 20 anos, quando temos de satisfazer as necessidades alimentares actuais.
Por seu turno, o economista e docente universitário, Daniel Sapateiro, atribuiu importância a uma intervenção da banca e compromisso dos empresários no quadro da materialização das linhas de financiamento e investimento no sector agrícola em Angola, salientando que há indícios de maior produtividade por parte das cooperativas e famílias, mas ainda há muito por se fazer para que a meta da auto-suficiência seja alcançada.
Há cada vez mais sensibilidade nos fazedores de opinião sobre a supremacia da agricultura na economia.