Nova fábrica de soda cáustica está em construção na Baía Farta, província de Benguela, e marca um avanço significativo para a industrialização em Angola. Com um investimento de 27,3 milhões de euros, liderado pelo Grupo Adérito Areias e financiado pelo Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA), a obra tem conclusão prevista para os próximos 18 meses.
Fábrica estratégica para a cadeia de valor do sal
O projecto é uma iniciativa pioneira e representa a primeira unidade fabril de soda cáustica no país e a segunda na África Austral. A planta também produzirá hipoclorito de sódio e ácido clorídrico, com uma capacidade diária de 12 toneladas de soda cáustica, 66 de hipoclorito e 25 de ácido clorídrico. Esses produtos serão utilizados em indústrias como petroquímica, têxtil, farmacêutica e no tratamento de água e esgotos.
A localização estratégica próxima a salinas facilitará o fornecimento de matéria-prima, já que a fábrica exigirá entre 22 e 25 toneladas de sal diariamente. Além disso, serão necessários 70 metros cúbicos de água desmineralizada ou 120 metros cúbicos de água potável, além de 1,5 megawatts de energia eléctrica.
Redução de importações e impacto ambiental
A construção da fábrica visa reduzir a dependência do país em importações, que totalizaram cerca de 600 milhões de dólares nos últimos quatro anos. Tânia Areias, do Grupo Adérito Areias, destacou que a unidade será ecológica e operará com tecnologia de ponta, garantindo práticas sustentáveis e respeitando o meio-ambiente.
A operação da fábrica será conduzida por técnicos angolanos, que receberão formação no exterior para lidar com os equipamentos e tecnologias modernas a serem instalados.
Geração de emprego e diversificação econômica
O impacto económico também será significativo, com a criação de 45 postos de trabalho directos e cerca de mil indirectos. O governador provincial de Benguela, Manuel Nunes Júnior, ressaltou a importância do projecto para a diversificação económica e o fortalecimento da indústria local. Ele também incentivou empresários a explorar oportunidades na cadeia de valor do sal.
Carlos Cunha, coordenador do Grupo Técnico Empresarial, enfatizou que o projecto surgiu durante negociações lideradas pelo presidente João Lourenço na Alemanha, o que destaca a relevância estratégica dessa parceria internacional.
Um marco para a indústria angolana
Adérito Areias, fundador do grupo promotor, celebrou a construção da fábrica como um marco para o fortalecimento da indústria nacional e o desenvolvimento sustentável. “Este é um passo importante para consolidar Angola como um país competitivo e inovador na região”, afirmou.
A inauguração da fábrica está prevista para Maio de 2026, prometendo, assim, transformar Benguela num polo industrial de referência em Angola e contribuir para a autonomia do país em produtos químicos essenciais.
Quinta feira, 21 Novembro.2024