O aumento da produção e da produtividade agrícola para a geração de empregos a vários jovens locais, são alguns dos primeiros sinais, apresentados por alguns lavradores do município de Lucala, que estão a dinamizar a produção, através do financiamento do PDAC.
Os fazendeiros estão animados e esperançosos com bons níveis de colheitas, atendendo a tecnologia implementada, tipo de sementes e o alargamento das zonas de cultivo, apoiados com a força dos jovens trabalhadores que labutam das sete e trinta minutos, até às 16 horas do dia.
Na fazenda JN com um total de 130 hectares, o proprietário, José Neto, revelou que recebeu do Estado, um financiamento na ordem dos 160 milhões de kwanzas, há cerca de um ano, que está a usar para o cultivo de milho, feijão, mandioca, inhame, para além da criação de caprinos, patos e galinhas.
Fez saber que antes de receber o dinheiro, produzia em média seis toneladas de produtos diversos, ao contrário das 32 actuais.
O agricultor conta que no passado, por falta de dinheiro, tinha um contrato com seis trabalhadores e hoje já tem 20, com particular destaque para dois agrónomos, um contabilista e 17 camponeses.
Realçou que entre os meios da produção adquiridos, contam um tractor, semeadores, sachadeiras, pulverizadores e imputeis necessários.
Fez saber que até ao final deste ano terá uma área de produção de 80 hectares, com produção diversa, de modo a corresponder com a perspectiva do projecto.
Fortunato Cardoso, de 47 anos, deu o "ar da sua graça”, pela promoção no emprego, de maquinista de tractor, para gerente de fazenda, passando agora a auferir 70 mil kwanzas, ao contrário dos 40 anteriormente ganhos. Conta que o trabalho começa às sete horas e trinta minutos e tem de movimentar o pessoal e controlar o trabalho até às 16 horas. Mostrou-se satisfeito com as condições de trabalho existentes, tendo em conta a existência de seis quartos para funcionários, armazéns e outras dependências administrativas.
O sócio-gerente da quinta JW, Valter Borges, que tem mais de 200 hectares, que fica na região da Pamba-Real, frisou que os 106 milhões de kwanzas recebidos, estão a galvanizar a produção da banana, abacaxi, hortaliças, sem desprimor ao milho e feijão, que são as prioridades do projecto.
Avançou que neste momento tem armazenado 20 toneladas de milho e igual número de feijão, que estão prontos para a comercialização.
Realçou que neste momento estão já a ser preparadas três estufas, com um hectare cada, para a produção de tomate na época chuvosa. Destacou a existência de 50 funcionários, 20 locais e outros provenientes do Huambo e de Benguela.
O Projecto de Desenvolvimento da Agricultura Comercial (PDAC) é uma iniciativa do Executivo angolano, com um financiamento com global de 185 milhões de Euros, cedidos pelo Banco Mundial e Agência Francesa de Desenvolvimento, com o objectivo aumentar a produtividade e melhorar o acesso aos mercados para beneficiários elegíveis nas províncias de Malanje, Cuanza Norte e Cuanza Sul.
Foi lançado de forma oficial no dia cinco de Dezembro de 2018, com a execução a partir de 2019 e pode terminar em 2024. Até ao momento já recebeu 999 manifestações de interesse, 172 planos de negócios, 57 projectos aprovados, para além de outros 39 já desembolsados.
Fonte:Jornal de Angola - 19.06.23


