Isaac dos Anjos, ministro da Agricultura e Florestas, aposta no Corredor do Lobito como solução para impulsionar as exportações agropecuárias de Angola. Durante a VII Conferência E&M sobre Agricultura, o Ministro afirmou: “Para exportar abacate podemos incluir milhares de pessoas a fazer a mesma coisa. Basta definirmos as regras. O tamanho, a qualidade e os players para comprar, empacotar, embalar, exportar e dividir o mais importante que é o dinheiro.” Estas palavras revelam a visão do Ministro diante dos sistemas logísticos.
Motivos da crença no potencial do Corredor do Lobito
Isaac dos Anjos, acredita no potencial do Corredor do lobito tanto quanto os investidores internacionais que apostam no projecto. O Corredor do Lobito compreende um investimento de 3 mil milhões de dólares, apoiado por instituições como o Banco Africano de Desenvolvimento, a Africa Finance Corporation, os Estados Unidos e a União Europeia – que destinou 600 milhões de euros à modernização do corredor. A parceria público-privada, formada pelo consórcio Lobito Atlantic Railway – integrado por Trafigura, Mota Engil e Vecturis – recebeu uma concessão de 30 anos para modernizar e operar a linha férrea que se estende por 1.300 km.
Infraestrutura Transformadora
A modernização do Corredor do Lobito não se resume à linha férrea. O projecto prevê a compra de 1.555 vagões e 35 locomotivas e a actualização do Porto do Lobito, em fase de modernização e privatização. Essa integração entre ferrovia, rodovias e operações portuárias promete reduzir custos e acelerar o transporte dos produtos para os mercados internacionais.
Impacto na Exportação de Produtos Agropecuários
Exactamente como tem sido defendido por Isaac dos Anjos, o Corredor do Lobito vai beneficiar de diversos produtos agropecuários. Grãos e cereais – como milho, soja e trigo – terão acesso facilitado aos mercados globais. Frutas tropicais, como banana e abacaxi, manterão a sua qualidade graças a um transporte mais rápido. A carne bovina e os derivados encontrarão novos mercados na Europa e na Ásia, enquanto o café e o cacau poderão retomar um papel importante nas exportações.
Benefícios Económicos e Sociais
Durante o VII Conferência E&M sobre Agricultura o ministro engrandeceu de diversas formas o potencial do Corredor para catapultar o sector agropecuário e beneficiar simultaneamente a comunidade local socieconómicamente. Este posicionamento é baseado na expectativa do Corredor criar mais de 1.250 empregos directos e inúmeros empregos indirectos, que transformarão a economia local. E o facto de o projecto ter o potencial de impulsionar o crescimento do PIB, aumentar a competitividade dos produtos angolanos e promover o desenvolvimento sustentável. Além disso, investimentos em energia limpa e inclusão digital, com micro-redes, energia solar, redes 5G e programas de dinheiro móvel, reforçam o compromisso com a sustentabilidade e a segurança alimentar.
Desafios e Perspectivas no Corredor do Lobito
Tal como enfatizado por Isaac dos Anjos, o Corredor do Lobito tem mostrado ser um projecto promissor. Mas, embora a linha ferroviária de Benguela já opere até à fronteira com a RDC, o corredor ainda enfrenta desafios. A modernização completa depende da coordenação entre Angola, Zâmbia e RDC e da conclusão de infraestruturas complementares, como rodovias e terminais intermodais. Novos planos, como a construção de uma linha "greenfield" entre Zâmbia e Angola, mostram o compromisso dos parceiros internacionais para superar esses obstáculos.
Agroecologia como Caminho para o Futuro
Isaac dos Anjos defende a agroecologia como resposta aos desafios actuais, tais como a insegurança alimentar, as alterações climáticas e a perda de biodiversidade. Segundo o ministro, a agroecologia integra conceitos ecológicos e sociais, adaptando soluções baseadas na natureza às necessidades dos agricultores. Esta abordagem visa transformar a vida dos angolanos, erradicar a pobreza e promover um desenvolvimento sustentável.
Lições de Exemplos Internacionais
Projectos internacionais, como os corredores de Nacala, Norte-Sul e os casos do Brasil e Argentina, comprovam o potencial gigantesco de corredores logísticos bem geridos. Estes exemplos inspiram o futuro do Corredor do Lobito, que poderá transformar a exportação de produtos agropecuários e posicionar Angola como protagonista no comércio global.
Conclusão
Isaac dos Anjos confia que, com regras bem definidas e apoio internacional, o Corredor do Lobito mudará o panorama das exportações agropecuárias. A modernização da infraestrutura e a aposta na agroecologia prometem não só impulsionar as exportações, mas também criar oportunidades de emprego e promover um desenvolvimento sustentável. Esta é uma aposta que pode transformar a realidade dos angolanos e abrir caminho para uma nova era de crescimento e inclusão.
Sexta- feira - 28 de Fevereiro de 2025