Dois mil e 723 camponeses, das províncias do Cuando e Cubango, inseridos em 130 Escolas de Campo, começaram terça-feira a beneficiar de financiamento do Banco Mundial (BM), avaliado em 2,5 mil milhões de kwanzas, no âmbito do Projecto de Transformação Agro-pecuária Familiar (MOSAP-3).
O projecto contempla os camponeses dos municípios de Menongue, Caiundo e Longa (Cubango), bem como do Cuito Cuanavale (Cuando), que estão a receber um telemóvel carregado com um saldo de 1,2 milhões de kwanzas, para apoiar as iniciativas agrícolas nas duas regiões do país.
O coordenador nacional do Projecto de Transformação da Agropecuária Familiar (MOSAP-3), Francisco Gomes, disse que o programa tem o objectivo de impulsionar a produção agrícola, facilitar o acesso aos insumos e promover o desenvolvimento sustentável para os pequenos produtores familiares, com pagamentos digitais, por meio do aplicativo UNITEL-Money, para permitir que os contemplados recebam créditos de forma rápida e segura.
O responsável sublinhou que esta inovação garante que o financiamento atribuído aos pequenos agricultores seja utilizado de forma segura e eficiente, exclusivamente, em compras de sementes, fertilizantes e instrumentos de trabalho, junto dos comerciantes autorizados.
"A transacção dos valores disponíveis nos telemóveis só será feita para a compra de insumos agrícolas, aquisição de galinhas, gado caprino, suíno e bovino, com o objectivo de contribuir para o crescimento económico das províncias do Cuando e do Cubango”, disse.
A antiga província do Cuando Cubango controlava cerca de 130 escolas de campo. Na segunda fase do projecto, que arranca na próxima campanha agrícola, o projecto prevê criar mais 80 escolas de campo, para fortalecer sector Agrícola e contribuir para a segurança alimentar.
Na ocasião, o governador da província do Cubango, José Martins, destacou que o apoio aos pequenos agricultores faz parte do plano estratégico do Governo para o programa abrangente do desenvolvimento da agricultura familiar, visando garantir a auto-suficiência alimentar e permitir a segurança nutricional das populações.
O governante aconselhou os beneficiários a usarem o financiamento para adquirirem fertilizantes e outros inputs agrícolas, com o objectivo de alargar os campos de cultivo e fomentar a produção em grande escala.
"A agricultura familiar é a base que suporta a cadeia alimentar a nível do país e, de modo particular, a nossa província. Por isso, se as famílias produzirem mais alimentos, teremos uma redução significativa nas importações", notou.
José Martins incentivou as famílias camponesas a apostarem, igualmente, no sector pecuário, com a criação de animais para o desenvolvimento socioeconómico.
Fonte: Jornal de Angola - 09 de abril de 2025