O vice-presidente do IAPMEI, Nuno Gonçalves, disse à Lusa que o lançamento do projecto Envolver+, visando a capacitação dos jovens angolanos empreendedores, vai apostar na construção de um ecossistema favorável à inovação e empreendedorismo.
"O grande objectivo do projecto é robustecer o ecossistema empreendedor angolano, e que os projectos, mais robustos, vejam a luz do dia através de um relacionamento muito próximo com as incubadoras", disse Nuno Gonçalves.
O IAPMEI - Agência para a Competitividade e Inovação, lançou esta Segunda-feira oficialmente, em Luanda, a versão alargada do projecto Envolver, designado Envolver+, no seguimento de uma acção similar que decorreu de 2019 a 2024, e cujo objectivo era "apoiar o desenvolvimento do sector privado angolano, promovendo a capacitação do Instituto Nacional de Apoio as Micro, Pequenas e Médias Empresas (INAPEM) e de outras instituições relevantes, o reforço das competências de empreendedores, mulheres e jovens, e a melhoria do acesso ao financiamento por parte das micro, pequenas e médias empresas".
Agora, a nova versão, lançada pela União Europeia e que será liderada pelo IAPMEI, com o apoio das congéneres espanhola e alemã, "aposta nas competências" dos empreendedores angolanos.
"O objectivo é desenvolver as competências dos empreendedores angolanos, e para isso vamos mobilizar, quer os recursos da nossa congénere angolana, o INAPEM, quer os recursos de um conjunto de incubadores que prestarão serviços às 'startups' e aos empreendedores, que poderão ser financiados, permitindo maior probabilidade de sucesso dos projectos, já que terão mais competências e uma rede mais sólida, havendo todo um ecossistema que ajuda bastante", explicou o líder do projecto.
Em cinco anos, o projecto anterior "envolveu 3706 recursos humanos, incluindo 2384 MPME qualificadas, 574 quadros de instituições financeiras, 376 mentores e 227 profissionais da comunidade judiciária" e entre os resultados mais significativos estão "os primeiros passos para a criação da Rede Nacional de Incubadoras (RNI), a elaboração de propostas regulamentares para o seu funcionamento e o lançamento de um programa-piloto de vouchers de apoio financeiro destinados exclusivamente a incubadoras", diz o IAPMEI.
O novo projecto, que foi apresentado esta Segunda-feira, mas que começou oficialmente a 1 de Agosto, prolonga-se até Julho de 2028, e contará com "acções de capacitação mais orientadas para o conjunto de incubadoras seleccionadas pelo Governo angolano para integrar este projecto, sendo dirigidas a um público mais sofisticado, mas mantendo as acções de campo", afirmou Nuno Gonçalves.
Para este projecto, a União Europeia reservou 2,5 milhões de euros, que servirão essencialmente para "financiar a logística", a que se juntam vouchers provenientes de outros instrumentos que a Comissão Europeia tem em curso em Bruxelas, por exemplo para promover a economia azul.
"Não está pensado entregar dinheiro em concreto aos empreendedores, o que está pensado é financiar serviços", disse o responsável, explicando que o financiamento será usado para pagar à incubadora que vai ajudar o empreendedor angolano a desenvolver o seu projecto.
"Vamos financiar serviços; o empreendedor tem uma ideia, quer concretizá-la num bom plano de negócios, e a incubadora deverá ter um serviço que o possa sustentar; esse serviço será financiado pelo programa", disse Nuno Gonçalves.
O responsável concluiu que "o programa agrega um conjunto muito significativo de entidades financeiras angolanas que permitirão planos de negócio mais sérios e robustos, tornando mais fácil o acesso a meios financeiros".
Fonte: Ver Angola - 28 de Outubro - 2025


